…Ricardo Teixeira “cagava montão”.
Aos poucos, Ricardo Teixeira, conseguiu o que antes era inimaginável. O povo brasileiro não torce mais pela sua seleção. Aliás, pra maioria, não é nem mais seleção brasileira. É a seleção da CBF.
Fora as inúmeras acusações de corrupção, nunca de fato provadas, o povo, o torcedor, cansou do descaso da CBF com o seu maior bem: o futebol!
O calendário futebolístico brasileiro é, de fato, uma grande piada. Uma confederação que não consegue nem organizar um simples calendário nacional, é isso que temos pra hoje. E isso, talvez, irrite mais o torcedor do que as denúncias de corrupção.
Afinal, quem queremos enganar? Moramos no Brasil e corrupção é notícia todo dia, no país inteiro. De forma que nos tornamos acostumados demais a ela.
O calendário, esse sim, incomoda pra caramba. Incomoda porque durante a Copa América, o Campeonato Brasileiro não parou e alguns times ficaram bastante desfalcados, jogos foram adiados. Incomoda porque, no Brasil, a data FIFA também não para o campeonato e prejudica os times. Incomoda porque no começo do ano, as equipes que vão além nos campeonatos de mata-mata (Libertadores e Copa do Brasil) tem que trabalhar dobrado para jogar bem os seus estaduais, que por sua vez se arrastam por tempo demais desnecessariamente. É quase como punir um time por ser vitorioso.
Hoje é fácil ver torcedor comemorando o fato que nenhum jogador do seu time foi convocado para a seleção. É quase como premiar a mediocridade.
Ou seja, seu time de coração tem craques no elenco, mas você não pode contar com eles sempre porque a CBF não se importa com o seu time. Seu time chega numa final de Libertadores, mas seus atletas, seus craques, se ainda não passaram do seu limite físico, irão passar. A CBF pune os seus próprios craques com essa maratona de jogos. O que convenhamos, não é muito inteligente. Mas eles não se importam.
Os clubes tem uma postura totalmente submissa diante à CBF. Nada mais é do que medo descarado de uma retaliação. Os clubes são “putinhas” da CBF. Acatam todo desejo como uma ordem e tudo se transforma numa infinita troca de favores, que beneficia todo mundo, menos o futebol, o atleta e a torcida.
O jogador por sua vez, ele sim, o verdadeiro artista, quem você paga ingresso para ver, finge que não percebe nada disso ou realmente não percebe mesmo. Muitos reclamam, mas nenhum toma alguma atitude.
Diante desse cenário, é compreensível que a torcida se afaste da seleção. A Copa de 2014 será no Brasil. O próprio Ricardo Teixeira já declarou que deseja aproximar o povo da seleção da CBF, seja lá o que ele quis dizer com isso, e tê-lo ao seu lado em busca do hexa. Nas últimas apresentações da seleção no país, só vaias, não acredito em um cenário diferente na Copa.
Se o Sr Ricado Teixeira realmente se importasse um pouco com o futebol brasileiro, ele trataria dessas questões primeiro. Antes de ir na televisão tentar ludibriar todo mundo com esse papo de resgate do futebol brasileiro, do futebol arte. Creio eu que ele nem saiba o que é…
ps: Eu, apesar de tudo, sou torcedora da seleção brasileira. Porque, como disse Juca Kfouri: “Na camiseta da seleção não está escrito Teixeira”.
ps2: Se você ainda não leu, leia a excelente matéria da Daniela Pinheiro sobre o Ricardo Teixeira na revista Piauí desse mês.